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quarta-feira, 13 de julho de 2016
O Gênio Zé de Graça ( Cap.7)
A manhã do dia 5 de agosto do ano de 1955 começou com uma garoa, entretanto, o frio naquele dia era de doer nos ossos, as ruas estavam desertas, as pessoas estavam entocadas em suas casas e Zé acordou tossindo muito, tomou um café reforçado com macaxeira e ovos de capoeira mal passados e taciturno seguiu sob um guarda chuvas em direção a Farmácia de Zé Caxeiro. Passou pela Avenida entre as gélidas lufadas de vento e entrou pelo bêco do Talho se esgueirando pelas sobras dos telhados. Foi o primeiro cliente da farmácia e foi saudado com distinção pelo amigo tarimbado na arte da manipulação. Sentou-se num tamborete e pigarreou explicando seu problema de saúde enquanto folheava um jornal. Zé Caxeiro foi para o seu laboratório e em instantes voltou com um frasco e o entregou. Um xarope conhecido como milagroso, ele tomou uma colherada e em instantes disse que já se sentia melhor. Pagou e começou a caminhar. Estava com uma energia fora do comum e andou até a praça da feira e lá chegando tomou um café num bar de um amigo. O tempo começou a melhorar e o sol insistia entre a névoa e ele tomou uma estrada estreita que vai dar na serra. Passou em frente a fazenda do amigo Avelino e acenou para ele que ia saindo num jipee. Seguiu em direção à serra tendo na mão apenas um frasco de xarope embalado numa folha de jornal, quando o inusitado aconteceu. Olhou para cima e viu um disco voador que voava muito baixo com suas luzes azuis a piscar. Ficou tão assustado, que todos os seus membros ficaram paralisados. Num descampado a nave pousou e dela saíram três criaturas alienígenas. Eram muito esquisitos, ele imediatamente começou a rezar, porque pensava tratar-se de demônios. Tinham pele cinza e as mãos eram como garras de caranguejo . O pegaram pelo antebraço e levitaram até a nave. Examinaram ele demoradamente como qualquer médico faria. Em instantes, colocaram um cinto metálico prendendo o passageiro a uma poltrona e a nave começou a se movimentar. Subiu lentamente, circulou a Serra Redonda e depois deu voltas pela cidade enquanto subia; talvez ninguém tivesse visto porque o tempo estava muito nublado. Notou que eles se comunicavam por telepatia. Pegaram o xarope em sua mão e levaram a um mine laboratório dentro da nave. Minutos depois ele olhou pela janela e viu o planeta terra como no atlas. Distinguia os continentes, enquanto contemplava o planeta azul envolto de nuvens. Pouco depois, a terra era um minúsculo ponto do meio na imensidão do espaço sem fim. Estava triste e ao mesmo tempo alegre. Não sabia se essa experiência seria assustadora ou traumática, ou uma experiência agradável e transformadora.
O fenômeno da abdução o deixou meio perdido e sentia-se como que hipnotizado sem noção do tempo, sentia-se travando diálogos e compartilhando experiências com aqueles assustadores homens com patas de caranguejo. Pertenciam certamente a uma civilização de um planeta distante e bastante evoluído, dominavam perfeitamente as ondas gravitacionais e tecnologias herméticas bem mais inteligentes de que nós humanos. Zé ficou calado e observando o interior da nave e os procedimentos dos alienígenas que a todo instante o analisavam. Chegaram a uma nave mãe que era uma verdadeira cidade, imensa com milhares deles trabalhando. Desceu e fez um longo passeio por essa nave descomunal e viu alguns humanos semelhantes a ele vivendo lá. Achou que nunca mais voltaria a sua vida, à sua amada Frei Paulo. Mas os alienígenas depois de algumas horas o trouxeram de volta a terra e por volta das 16 horas a pequena nave de luzes azul pousou no mesmo lugar. Fato testemunhado por Nhô Capitinga que viu com os olhos que um dia a terra comeu, Zé de Graça descendo da nave levitando ao lado dos alienígenas.
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