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terça-feira, 19 de julho de 2016

O Gênio Zé de Graça ( Cap.10 )


O hábito de refletir e pensar nas tardes, se repetiam com grande frequência. Sempre naquele mesmo local à sombra do oitizeiro, na Avenida José da Cunha o vento suave as vezes o levava a intermitentes cochilos e pequenas viagens no mundo mágico que se tornara sua mente, povoada de tantos sonhos. Pensar em construir algo que até o momento não sabia exatamente o que era, se uma nave espacial , uma máquina do tempo ou talvez a máquina do juízo final. A noite caminhava para a igreja e rezava pedindo inspiração e sabedoria aos santos. Cada dia mergulhava mais e mais em cálculos e distancias entre planetas, e anotava tudo em sua planilha. Divagava sobre um grande cinturão de asteroides e sobre Júpiter que segundo ele, seria o grande comandante de nosso sistema solar. Fonte de ondas de rádio e hidrogênio. Toda aquela suntuosidade poderia desaparecer. Tudo se transforma no universo e as luzes vistas no céu da noite de hoje são de estrelas que já se desintegraram há milhões de anos. Saiu da missa com um versículo na cabeça Mateus 24:15 “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda” . Num desses cochilos dele se aproximou Astrid Astra Celeste, a mais nobre sacerdotisa do Alto Conselho de Júpiter, enfrentava um dilema: a Singularidade, de dimensão astronômica quase infinita, se aproximava – fenômeno que traria o fim àquela raça guerreira, exploradora e persistente, espalhada pelo sistema solar. E lhe mostrou o Planeta X. Um orbe descomunal centenas de vezes maior do que a massa terrestre, e ele viu esse gigante frio e mórbido se aproximando de nossa pequena e tão linda Terra. Ao passar, inverteu a rotação da Terra e tudo foi sacudido. Lembrou-se de Antônio Conselheiro, o beato que pregava a palavra de Cristo e dizia clamando entre espingardas e facões: “O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão.” Teria razão o beato. Na verdade , observou que não houve um choque entre os astros mas como passou muito perto o campo magnético provocou terríveis cataclismos em nosso planeta e assistiu ao apocalipse. Maremotos, terremotos o ceu enrolou feito pergaminho conforme foi dito no apocalipse de São João. Chamado pelos sumérios de Nibiru, mas também conhecido atualmente como Planeta X, esse último corpo celeste teria o tamanho de Júpiter e passaria pelo Sistema Solar a cada 3,6 mil anos, causando estragos pelo caminho, inclusive com danos à Terra. Segundo a lenda, o atual ciclo orbital de Nibiru estaria por se encerrar, com nova passagem por essas bandas prevista para ocorrer por volta de dezembro de 2012, data que coincidiria com o "fim do mundo" previsto pelos maias.
Acordou assustado e naquele dia 23 de setembro de 1975 foi para a missa a noite ouviu o sermão do padre João, e ao retornar para casa presenciou no ceu um fenômeno até hoje sem explicação. Na direção de Carira, dois imensos corpos celestes apareceram causando muito medo a todos os freipaulistanos que viram o fenômeno; eram duas imensas luas juntas no espaço, mas que algum tempo depois se dissiparam, esfumaçando em meio ao brilho da noite. Com a mente meio confusa mirou os astros e pensou : Seria Nibiru? Mas logo dois? Foi para casa e muito confuso dividia-se entre seus experimentos científicos e a religião. Um dilema.

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