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quarta-feira, 6 de julho de 2016

O Gênio Zé de Graça ( Cap. 4)


Era uma manhã de segunda- feira em um calmo outubro do ano de 1973 e Zé pulou da cama com os olhos esbrugalhados antes do dia estar claro, um sonho muito estranho, ou melhor um pesadelo o deixou intrigado. Pois havia presenciado o próprio apocalipse na ruas de Frei Paulo, aquilo era tão real que se abraçou a Joaninha e começou a narrar o que havia sonhado. Na noite anterior, atendendo a um convite do amigo Valdomiro foi ao cinema e subiu à sala de projeção, após prosear com o amigo começou então apreciar um filme histórico sobre a Segunda Guerra Mundial.
Pouco antes Valdomiro um gabaritado técnico em exibições cinematográficas aproveitava para tirar dúvidas sobre ótica e luz e Zé explicava tudo, disse naquela ocasião que no futuro os projetores seriam digitais e as luzes de led. Mesmo porque Zé de Graça era o único que entendia o mecanismo dos equipamentos do cinema, o maquinário era um dos mais modernos que existiam no país. Valdomiro muito realista maneou a cabeça enquanto ajeitava os óculos. Zé respirou aquele cheiro peculiar da sala de projeção e por um buraco quadrado na parede começou a assistir a película. Percebeu que o cinema estava lotado naquele domingo.
A história narrava quando os japoneses quebraram o pacto e realizaram o famoso ataque de Pearl Harbor. Ele havia pedido ao amigo e companheiro de papos sobre projeções que o avisasse quando fosse passar filmes sobre aviões.
O ataque a Pearl Harbor foi uma operação aeronaval que destruiu a base norte-americana de Pearl Harbor, efetuado pela Marinha Imperial Japonesa na manhã de 7 de Dezembro de 1941.Essa operação em Pearl Harbor, na ilha de Oahu, Havaí, foi executado de surpresa contra a frota do Pacífico da Marinha dos Estados Unidos da América e as suas forças de defesa, o corpo aéreo do exército americano e a força aérea da Marinha.O ataque danificou ou destruiu 21 navios e 347 aviões, matando cerca de 2403 pessoas e ferindo outras 1178. Contudo, os três porta-aviões da frota do Pacífico não se encontravam no porto, pelo que não foram danificados, tal como os depósitos de combustível e outras instalações.
Ele sonhou que a cidade estava sendo alvo de um ataque aéreo sem precedentes, contou que tudo começou com a polícia de Frei Paulo perseguindo uns meliantes pelas ruas, havia tiros e gritos. A violência foi se intensificando e de repente estavam todos no meio de uma guerra. Um bombardeio devastador , ele conta que se abrigou com alguns amigos na bodega do Sr Elpídio e dali via pelas ruas voando baixo aviões sem asas que metralhava tudo e se chocava contra as casas. Do alto bombardeiros lançavam bombas devastadoras sobre a cidade. O fogo cerrado durou horas, mas haviam intervalos. Então montou na bicicleta e fugiu. Tudo estava destruído, a Farmácia de Zé Caxeiro, o coreto a prefeitura, tudo. Não sabia onde ir, e até a igreja foi bombardeada pois muitos fugiram para lá porque achavam que alí estariam protegidos. Já não havia mais teto só o altar e os bancos onde choravam e clamavam pela misericórdia de Deus. Entre os escombros da igreja, contou ele , que uma senhora gorda gritou aos alienígenas. Aqui é a casa de Deus!!!! Neste momento o ataque cessou e foi quando ele despertou de seu pesadelo. Dona Joaninha se benzeu, rezou um credo e tranquilizou o marido.

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