Parceiro


sábado, 11 de julho de 2015

O DILEMA DE FRANCISQUINHO

“Visões valem o mesmo que a retina em que se operam” Francisquinho era um rapaz calado de poucas palavras, sua timidez era gritante. Nascido de uma família de pobres agricultores da Serra Preta. No ano de 1968, com a morte de sua tia, Dona Dolores, na condição de herdeiro veio morar na cidade de Frei Paulo em uma humilde casa na avenida José da Cunha. Ali logo fez amizades e dividia-se entre a lida no campo, onde plantava roça de feijão milho e algodão, e as ruidosas tardes bebendo angico com os amigos sob um pé de oiti, em frente a bodega de Seu Jozino.
Um certo dia, ele entrou pelo fundo do terreno do Santo Antônio, onde havia uma cacimba bem profunda e no seu interior muitas gias de peito, o tira gosto mais apreciado pelos colegas de bebedeira. Amarrou uma corda a um cajueiro e desceu no buraco, mas no meio da decida sentiu que um bicho lhe subiu por baixo das calças. Foi tudo muito rápido, de repente sentiu a ferruada que o deixou paralisado. Foi atacado por uma aranha armadeira, que acertou entre um testículo e outro. Pediu socorro mas ninguém lhe ouviu.
Com muita dificuldade subiu de volta e correu para o hospital. Lá o Dr. Jairo o examinou e constatou uma incomum rouxidão e inchaço nos testículos de Francisquinho que já delirava queimando de febre. O médico passou para ele alguns comprimidos de aspirina e repouso.No dia seguinte, estava melhor, porém as nove da manhã, horário exato em que foi picado, teve um ataque de priapismo. Trocando em miúdos: ereção peniana dolorosa, independente de desejo sexual, durante um período superior a duas horas, sem levar à ejaculação, causada por insuficiência de drenagem do sangue que enche os corpos cavernosos.
Isso ocorreu na hora mais inoportuna, ele estava jogando sinuca no bar de Diogenes, quando começou uma briga entre Tourino e o Dono do Bar. Na praça juntou uma multidão para assistir a peleja. Os dois trocaram socos e pontapés, e no final o pobre do Tourino acabou nocalteado e com os lábios sangrando. Francisquinho dando boas gargalhadas, quando um gaiato lhe mostrou a situação. Era um sujeito bem dotado e o volume sob as calças chamou a atenção de todos, nem mesmo os gritos e mangações da molecada resolvia o problema. Envergonhado Francisquinho correu para casa e se trancou.
Então passou a andar com um guarda chuva e todos os dias o armava naquele exato momento e levava vida normal. Sabendo de seu problema uma coroa balzaquiana que morava na rua de Itabaiana, sempre o interpelava e o chamava para sua casa para tomar uma água e contam as más línguas que a mesma tinha um acesso de calores que só passava com muito sexo. Todos os dias lá vinha ele com um guarda chuva na frente e entrava na casa da coroa. Mas isso não era suficiente. Então Francisquinho, no seu sofrimento vagava pelos pastos da redondeza a procura de bestas para conter seu apetite sexual incontrolável.
Dizem que para o lado da Serra Redonda havia uma burra chamada Vanusa que se apaixonou por Francisquinho e o procurava onde estivesse. Escapava do curral e relinchava pelas ruas a procura do namorado. Um dia para sua suprema vergonha, Francisquinho arrumou uma namorada, uma jovem bonita e de boa família. Estavam voltando da missa quando Vanusa o avistou. Relinchando a toda altura , se arrepiava toda e corria como louca em direção a Francisquinho que fugia descabriado. A vergonha foi tanta que ele se mudou da cidade e até hoje não voltou mais, dizem que foi trabalhar em Santos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário