Parceiro
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
O Gênio Zé de Graça ( Cap. 22 )
Numa manhã ensolarada de dezembro Zé de Graça que era quase um celibatário passou a sofrer constante assédios sexuais de uma coroa balzaquiana , moradora da rua de Itabaiana. Era um jovem elegante e solteiro e adentrava com frequência os lares para realizar qualquer tipo de reparo. Então esta senhora recatada que costumava ir à missa com um vel sobre a cabeça e rezar por horas à fio e por fim sorver com sua língua de serpente a óstia das mão dadivosas do padre João Lima. Na missa, um certo dia ela sentou ao lado de Zé de Graça, mas tão próximo que este ficou meio sem graça afinal a timidez era um dos traços mais fortes de sua personalidade. Dona Gertrude morava ali com uma prima professora e ao que parece já tinha ficado pra titia. É certo que Zé de Graça era solteiro nessa época e como todo jovem tinha a mente povoada por desejos insondáveis. O seu forte sempre foi a discrição, cuidadoso no falar e agir. Um belo dia quando caminhava pela praça, próximo ao coreto, foi abordado por D. Gertrude. – Sabe o que é Zé? É a minha cafeteira que tá esquentando demais, passe lá em casa pra dar uma olhadinha, disse ela com um sorriso malicioso nos lábios. Zé se prontificou a ir no dia seguinte pela manhã. E assim às 10 horas de um domingo ensolarado de 1960, chamou na residência de D. Gertrude. Do interior da casa uma voz lânguida ecou naquele mesmo instante. Pode entrar.
Zé entrou na casa que tinha mosaico quadriculados, cuidadosamente encerado e uma mobília colonial, antiga com centros, baús, cristaleiras e dezenas de bibelôs espalhados por todo lado. Na sala D. Gertrude ofereceu logo um refresco de pitanga e se insinuou toda perfumada usando um vestido negro provocante. Zé tomou o refresco de um só gole e desconfiado de tanta gentileza, perguntou pela cafeteira e ela disse : Está naquele quarto espere um momento. Então a mulher entrou no quarto e alguns minutos depois o chamou. Mas este ao entrar, se deparou com uma cena inusitada. D Gertrude deitada na cama sem roupas e proporcionando um espetáculo que o deixou de queixo caído. A enorme genitalha cercada de pelos grossos como arames tão fartos como a mata de Sizino sendo manuseada com maestria por dedos ágeis enquanto ela soltava gritos e sussurros e dizia olhando fixamente nos seus olhos: - Veja Zé como está quente. Pelo amor de Deus dê um jeito nisso. O cheiro demoníaco de sexo impregnou suas narinas e até suas roupas.
Diante daquela visão tão inesperada Zé de Graça teve uma tremedeira e ficou estático, mas em seguida voltou a si e saiu em disparada pelo corredor da casa, branco, sem sangue, ofegante , estava morto de vergonha. Jamais ele comentou com ninguém o que havia acontecido. Levou para o túmulo esse inconfessável segredo de alcova Nos dias seguintes encontrava D. Gertrude na missa e esta lhe sorria sempre com a costumeira malícia, mas recatada era a primeira a entoar as ave marias e a puxar as rezas na igreja, sempre recatada e contrita.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário