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sexta-feira, 11 de agosto de 2017
O Gênio Zé de Graça ( Cap. 25 )
Passando pelo Beco do Talho deteve-se diante de uma janela entreaberta e passou a se deleitar com as imagens de um televisor preto e branco, com um leve sorriso por alguns minutos observou um menino vidrado na tela e assistindo a série “Perdidos no Espaço” ficava embevecido com aquele mundo maravilhoso de computadores e equipamentos da nave. Sentia-se familiarizado com aquele mundo ultra moderno. Era meado dos anos 70 e o acumulado dos anos já pesava sobre suas costas. Já não se movimentava em sua bicicleta com tanta desenvoltura. Ernest Filkins seria o único homem a ter realizado o feito de viajar no tempo. Um grande marco que o fazia se sentir especial e ao mesmo tempo, tremendamente egoísta. Mas ele também sentia que sua inteligência lhe permitia viajar no tempo como quem vai de Carira para Ribeirópolis e por isso passou a juntar peças e desenvolver cálculos mirabolantes. Eram noite e noites mal dormidas e entre fracassos e sucessos um dia: Eureca. Encaixou a última peça da máquina voadora, pois assim batizou a engenhoca . A sirene da velha ambulância abandona foi a última peça do quebra cabeça e com as transformações produzia. Era em forma de cápsula desenvolvido sob medida, feito com uma liga de grafeno e zircônio, tão leve a ponto de ser carregado com facilidade, porém, tão resistente quanto, capaz de suportar às mais variadas condições de pressão e temperatura. Inspirado no protótipo de Ernest. E assim fez da velha sirene de ambulância que agora em silêncio produzia o anti-som, exatamente o contrario de movimentos e com isso obteve o segredo de viajar no tempo e no espaço. "Um Acelerador de partículas de Transmodificação Extra-tempo por Deformação Gravitacional" um mistério que levou consigo para a cova. Cada dia tornava-se mais reclusos e por aqueles dias transbordava uma alegria incontida por tão inusitado feito em favor da ciência. Por vezes agradecia a Deus pelo que havia descoberto e por outras deixava no recôndito dos seus pensamentos ser possuído por um sentimento de ceticismo que beirava a heresia. Naquela tarde sentiu uma pontada no fígado uma dor que o fez ficar acamado. E foi essa doença que alguns anos depois o levaria a morte. Mesmo doente não parava de se aprofundar nos estudos profundos e sob o mais absoluto segredo passou a construir a sua máquina do tempo. Entre o projeto e a finalização do invento foram exatos doze anos. Mantinha-se feliz a cada dia por tamanho feito e a mente agoniada e contraída pelo contínuo esforço de realizar esse sonho, acabou retardando sua doença sem negar é claro as medicações produzidas pelo seu amigo alquimista Zé Caixeiro. Sempre que fechava os olhos para dormir um turbilhão de cálculos povoava sua mente e por estar até a alma envolvido nesse projeto fazia pouco caso para as atribuições do dia a dia, os objetos empoeirados e esquecidos na oficina era a demonstração mais clara de tudo isso. Naquele dia que encaixou a última peça da engenhoca caiu em sono profundo com a sensação do dever cumprido. Encontrar a equação-chave para resolver os problemas e os paradoxos da distorção gravitacional é uma das grandes dificuldades da comunidade científica. E ele conseguiu finalmente tudo isso.
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