Numa chuvosa quarta feira de um agosto tristonho de muitas perdas e recordações de muitos amigos que partiram para o além, moveu seu corpanzil branco e esquálido em direção a Igreja . Precisava se fortalecer espiritualmente para mais uma longa viagem na máquina voadora rumo a um planeta muito distante . Foi sozinho e sentou na última fila para ouvir o padre João discorrer com uma grande dramatização uma passagem bíblica do apocalipse. Ouviu atento e saboreou cada palavra sem o temor que normalmente sentiam os pobres mortais que ao seu lado acompanhava a pregação. Ao fim das atemorizantes palavras do padre , dirigiu-se em silêncio para sua casa. A mulher tentou conversar e ele nada respondia, ela conhecendo suas estranhas manias foi dormir.
Passara aquela madrugada em claro debruçado sobre os projetos da máquina voadora fazendo um Checklist de viagem . Nunca havia ousado fazer uma viagem daquela magnitude em direção a um planeta que ficava centena de anos luz da terra. Nas primeiras horas da manhã já estava no quintal pronto para viajar. Adentrou a máquina voadora e alguns segundos depois sentiu os solavancos já no pouso do distante planeta. Viu que a vegetação e o clima se assemelhava os da terra. Por isso não precisou de roupas especiais.
Onde pousou era uma planície e aquela civilização era bem avançada , seres humanos e humanoides estavam por toda parte. Assim que chegou percebeu que o clima era de guerra, enormes naves espaciais pairavam no espaço , disparando suas armas destruindo tudo que via pela frente. Diante daquele clima hostil, imediatamente retornou à máquina voadora e iniciou o processo de decolagem. Porém uma faísca atingiu a sua nave . não foi nada grave apenas a sirene da ambulância instalada no topo de sua nave foi danificada. Nada muito sério , então rapidamente se escafedeu daquele mundo prestes a ruir.
Na aproximação resolveu pousar no monturo que havia próximo a avenida. Camuflou sua nave e caminhou calmamente em direção a sua casa. Mas D. Elvira esposa de Seu Albede que estava com uma tremenda enxaqueca resolveu tomar um ar, o dia já clareava quando soltou um grito que acordou metade da cidade. Assustado Zé Correu para o quarto e se trancou. Ficou maluco quando no espelho viu que estava sem cabeça.
Então lembrou da pequena avaria, voltou com um saco lhe cobrindo, à nave e consertou a velha sirene de ambulância, então grande foi sua alegria quando viu que estava inteiro. As seis da manhã a mulher lhe chamou. -Zé porque não falou comigo ontem a noite? –Desculpe mulher, é que perdi a cabeça.
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